quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A infraestrutura a ser pensada e instalada vai além dos estádios. Como teremos uma Copa baseada em tecnologias de mobilidade, várias questões devem ser resolvidas

Para atender aos megaeventos, os investimentos em infraestrutura de comunicações deverão ser bem elevados. Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, houve um pico de 220 mil chamadas simultâneas na abertura do evento. Para efeito de comparação, em São Paulo ocorrem hoje entre 60 e 80 mil chamadas simultâneas. Claro que haverá uma demanda imensa no período dos jogos, voltando à normalidade logo depois. Os estádios precisarão de redes de fibra ótica para conexão com o centro de mídia.

A infraestrutura a ser pensada e instalada vai além dos estádios. Como teremos uma Copa baseada em tecnologias de mobilidade, várias questões devem ser resolvidas, como o custo do roaming, que deve ser transparente aos turistas, e o uso de celulares para prover diversos serviços como compra de ingressos e passagens de transporte público. Os sistemas de apoio às transações eletrônicas bancárias e comerciais também deverão estar preparadas para um pico de uso no período dos jogos. As imensas oportunidades geradas pela combinação de tecnologias de mobilidade, GPS e mapeamento podem prover aos turistas e torcedores diversas e úteis funcionalidades, inclusive provendo mensagens de alertas e emergência em tempo real.

Por isso os projetos devem contemplar um planejamento de longo prazo, visando à demanda após os megaeventos. Além disso, as obras para a Copa e a Olimpíada devem se transformar em um legado positivo sem desperdício para o país.

Para atender aos requisitos de uma Copa altamente tecnológica, seria necessário ter um CIO (chief information officer) que trabalhe em parceria com as empresas prestadoras de serviço contratadas pela Fifa e gerencie as prospecções tecnológicas que serão implementadas. O objetivo é garantir que os turistas tenham as mesmas experiências tecnológicas em todas as cidades-sede.

*Cezar Taurion é economista, mestre em Ciências da Computação e gerente de Novas Tecnologias da IBM

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